Retorno

Volta às aulas é marcada por movimentação na rede municipal e por falta de infraestrutura na estadual

Somente no Colégio Pelotense, mais de 2,7 mil alunos retornaram a rotina escolar; o mesmo não acontece do Ginásio do Areal, que está interditado

Foto: Volmer Perez - DP - Colégio Pelotense retornou às atividades

A segunda-feira foi de retorno às salas de aula em 86 escolas da rede municipal de ensino de Pelotas, abrangendo parte dos mais de 28 mil estudantes. Em oito instituições, o início do ano letivo será no próximo dia 22. Em contraponto a aparente normalidade nos colégios municipais, nas escolas estaduais o cenário foi de improvisação em dependências devido a problemas de infraestrutura como rede elétricas precárias e interdição de prédios. No Ginásio do Areal, o primeiro dia de aula foi adiado para os mais de 800 estudantes matriculados.

A situação de precariedade nas estruturas das escolas não é uma novidade de 2024 e já havia sido contornada pelas direções há mais de ano, mas sem destinação de recursos para a recuperação adequada dos locais, as questões se agravaram. A Escola Estadual de Ensino Médio Areal havia sido interditada em outubro de 2023, após três alunos relatarem ter tomado choque nas tubulações onde passam os fios, dentro das salas de aula. O ocorrido foi o ápice de um problema que já havia causado vários transtornos, em razão da antiguidade da rede elétrica. Após três meses em que os alunos tiveram aulas remotas, o que deveria ser um retorno presencial como em todas as outras instituições, não ocorreu.

Isso porque na última vistoria técnica realizada por engenheiros elétricos na quinta-feira, não houve a liberação do local. Conforme a diretora Márcia Peglow, para a intervenção na rede foi repassado pelo Estado - via programa Agiliza Educação - R$ 21 mil. Porém, para a substituição da fiação seria necessário mais do que o dobro, R$ 46 mil. "O valor foi bem abaixo do que a gente precisava. Nós conseguimos fazer mais ou menos para conseguir desinterditar, mas a nova vistoria não aceitou porque precisava ainda de algumas mudanças."

A diretora explica que a equipe está "correndo contra o tempo" para realizar as melhorias e não prejudicar os estudantes com mais dias fora da escola, já que as aulas remotas não foram permitidas pela Secretaria da Educação (Seduc) e a plataforma só pode ser utilizada após todos os matriculados inscritos. "Só fica pronta para o uso depois que fecharem todas as matrículas, ou seja, lá no final de março". Agora a tentativa é conseguir a autorização para ao menos a utilização das salas de aulas e dos espaços da administração. "Dentro do termo de referência da Central de Obras é complicado fazer o que eles pedem com esse recurso porque foi pedido muita coisa. Na verdade, a escola precisaria de um projeto de elétrica totalmente nova", completa.

Situação semelhante em Arroio Grande

Na Escola de Ensino Médio Vinte de Setembro, o cenário é semelhante. No último ano, problemas elétricos somados a danos estruturais causaram a interdição total do principal prédio das dependências. A expectativa era que no novo ano letivo as condições estariam mais receptivas aos alunos, mas não foi o que ocorreu. O primeiro dia de aula foi realizado em cinco salas anexas adaptadas para a situação. "Estamos na mesma situação! Amontoados nas salas do pátio da escola!", ressalta a diretora Claudete Ferreira.

Atualmente, estrutura da administração como a secretaria, supervisão, orientação e a sala dos professores estão todos no mesmo espaço. "E, por mais que a gente queira aceitar mais alunos, em algumas turmas não teremos condições de receber", diz. O prédio com 77 anos é o local de estudo de mais de 250 estudantes e a segunda maior instituição pública de Arroio Grande.

Resolução da Seduc

O governo do Estado, por meio das secretarias da Educação e de Obras Públicas, informa que parte dos reparos esteve em fase de revisão pela empresa responsável no último fim de semana. A vistoria pela Coordenadoria Regional de Obras Públicas deverá ser feita no início da semana, para liberação parcial. Já o retorno dos alunos está previsto para esta semana, após vistoria. Assim que liberado o restante do recurso, a obra deverá ser concluída.

Já sobre a Escola Vinte de Setembro, um edital de licitação foi lançado, porém foi deserto. Conforme a Seduc, o orçamento foi atualizado e será feita uma nova seleção de empresas.

Rede Municipal de Pelotas

No maior Colégio do Município, o retorno no início da tarde de segunda-feira (19) foi marcado pela usual intensa movimentação de alunos de todas as idades e familiares que acompanhavam a entrada dos matriculados. Somente no Pelotense são mais de 2,7 mil alunos.

O fluxo maior de trânsito e as inúmeras vans entre a avenida Bento Gonçalves e a rua Marcílio Dias era o indicativo de que os estudantes estavam retornando a rotina escolar. Nos dois portões que separavam os estudantes por idade, o cenário era semelhante: reencontro de colegas, pais encaminhando os filhos e novos alunos conferindo nas listas em qual turma estudarão durante o ano. No início de um novo ano letivo é comum no Pelotense a chegada de inúmeros transferidos de outras instituições.

Esta é a situação da Alice Soares, do 7º ano. Acostumada com a antiga escola, a Mário Meneghetti, ela estava receosa no primeiro dia de aula. "O Pelotense é dez vezes maior do que a outra", ressalta. A mãe, Andressa Soares, estava mais empolgada que a filha com a mudança de instituição, que se deu devido a melhor logística na rotina, pois ela trabalha perto do Colégio. "É uma expectativa grande porque ela veio de um colégio pequeno, então ela quer saber como vão ser as amizades e tudo muda muito. Agora é adaptação, vamos ver como vai ser. O pai dela se formou aqui, então a gente acredita que vai ser bom", menciona.

De acordo com a secretária de Educação e Desporto, Adriane Silveira, para o ano letivo de 2024 a expectativa é de manter o atendimento e a permanência dos alunos nas escolas, visando a formação integral, desenvolvendo as habilidades e competências cognitivas, emocionais, sociais, artísticas e físicas, com base na matriz curricular implantada em 2023.

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